sexta-feira, dezembro 01, 2006

work

Eu gosto do meu trabalho.
Fundamentalmente envolve conviver com pessoas.
Envolve cuidá-las e tentar tornar sua vida menos sofrida, ou pelo menos, com melhor qualidade.
Tenho a oportunidade de cuidar das pessoas desde o momento da sua concepção, até a sua morte.
Lidar com a morte do outro, para nós, profissionais de saúde, significa nos depararmos com nossa impotência perante a realidade da vida, ou de sua finitude. E temos que trabalhar diariamente com uma sensação de incompetência, pois nem sempre conseguimos curar alguém. Então, digo para os meus alunos que nosso papel é assistir a morte e torná-la menos sofrida, menos penosa. Como se isso fosse possível.
Conviver com isso faz com que eu tenha que aprender a cada dia como ser uma pessoa melhor. E aí outra frustração: é muita pretensão. Têm dias que não consigo. Sou limitada, como todos seres humanos.
Portanto, o que tenho realmente a aprender é a lidar com meus limites, com minhas incapacidades, mas não me acomodar.
Hoje tive um dia complicado.
Não, não precisei me confrontar com a morte.
Mas, por uma série de razões, repensei minha prática.
Às vezes dá uma vontade louca de desistir.
Às vezes parece que a fala não encontra eco.
Às vezes acho que gostaria de trabalhar com menos sofrimento.De ter optado em trabalhar com o belo, com o saudável.
Ai fico pensando, o que nos leva a fazer certas escolhas?

2 comentários:

Pri Tescaro disse...

Mô, acho que é o nosso íntimo que nos levar a fazer escolhas que acreditamos ser as mais corretas pra nós. No fundo, você sabe porquê escolheu essa profissão e sabe que diariamente tenta sim ser uma pessoa melhor. E fazer o melhor para os outros. E, no final do dia, o que vale a pena, é refletir e chegar a conclusão que esse dia não foi tão bom assim, mas que temos amanhã para melhorar e correr atrás do que deixamos passar.
Beijo,
Pri

Mônica disse...

É verdade Pri...obrigada