terça-feira, janeiro 08, 2008

Nova velha ou velha nova


Daqui há exatos 16 dias farei 41 anos de idade. Vou confessar que foi um problema fazer 40. Quem lê esse blog com freqüência deve ter notado. Mas, enfim, acho que o principal problema de se fazer 40 anos é não sentir-se com 40 anos.
Posso dizer, talvez por conviver cotidianamente com a juventude na faculdade ou com a juventude de muitos amigos, não consigo me sentir uma quarentona.
É claro que o espelho me denuncia diariamente. O corpitcho, que nunca foi lá essas coisas, vai ficando mais difícil de domar. A pele perde a vitalidade, a tonicidade de anos atrás. O cabelo não tem mais o mesmo brilho e os brancos teimam em aparecer abaixo das minhas mechas loiras. As mãos já requerem creminhos pra não denunciar tanto a idade.
Mas, enfim coisas que ainda podem ser dribladas com um olhar mais ofuscado ao passar pelos indesejáveis espelhos.
Entretanto hoje pela manhã fiquei preocupada: fui a editora ver a prova final do meu livro e lá encontrei um professor do mestrado. Aliás, ele foi o professor da minha primeira disciplina no mestrado que foi Epistemologia. Estudar a formação do conhecimento e a mudança de paradigmas me assustou, principalmente porque toda minha vida profissional até então tinha sido voltada a ciências mais exatas. Bem, pra encurtar a historia, o tal professor era a personificação do charme em pessoa, com seus 40 e poucos anos. Recém chegado do doutorado na Alemanha, lembro que chegava à aula perfumadíssimo, tirava o paletó e colocava no encosto da cadeira, tirava o relógio de pulso e colocava sobre a mesa. Sempre o mesmo ritual, para delírio das mulheres da turma. Bem, posso dizer que a partir daí passei a suspirar pelas aulas de Filosofia. Quase fiquei intima de Platão e Cia.
Bem, hoje, passados dez anos, caí pra trás quando o vi. Pensei: Nooossa como ele envelheceu!!!! Enrugado, cabelos brancos, parece que diminuiu.
Primeiro pensei que o tempo não tinha sido justo com ele. Nadica.
Depois me deu um frio no estômago ao pensar que ele podia ter pensado a mesma coisa de mim: Cruzes, como ela envelheceu!!!
E dei graças às tinturas de cabelo que escondem meus cabelos brancos.
Vida nada justa essa.


Bom, pensando bem, tenho outra coisa a agradecer: meu inferno astral ainda não começou. Será que acaba depois dos 40???

6 comentários:

Anônimo disse...

Talvez só agora tu veja os defeitos dele porque o encanto passou. E 40 não tá nem na metade da vida, já que a gente vai chegar aos 100.
:-)
Daqui 16 dias, bolo em Poa?

Mônica disse...

Que saudades de tu, guria. Bolo na praia. hehehe.

Pri Tescaro disse...

Se for verdade, esse lance de não ter inferno astral depois dos 40, posso pular a década dos 30 e fazer logo 40???

Tô sentindo que o meu, este ano, será IMPOSSÍVEL!!!

Mônica disse...

te conto se é verdade depois do dia 24. por enquanto tudo na santa paz.

Priscila disse...

POis eu acho que o espírito é que conta...

Mônica disse...

também to achando Pri. E meu espírito espero que teime estacionar na adolescência. bj