quarta-feira, maio 20, 2009

Dias em que não se deve sair da cama

Todo dia eu acordo muito cedo e assisto o início do jornal da manhã. Meu trabalho me faz necessitar estar informada, como provavelmente todos os trabalhos. Mas, além das notícias do dia, a minha motivação para  assistir ao jornal é saber a temperatura. E aqui entra o assunto desse post.

Eu gostaria que houvesse uma forma, sei lá como (tem gente que inventa tanta coisa, por que não poderiam inventar isso), de que tivéssemos a informação de que se aquele dia é um dia oportuno para sairmos de casa, ou se é daqueles dias em que devemos ficar na cama.

A última sexta-feira foi o dia em que eu devia não ter saído da cama. Depois de uma semana agitada e uma ginástica enorme para mudar minha agenda, fui a Porto Alegre representar a Vice-Reitoria da Universidade na resolução de um convênio que há anos está tramitando.

Muito frio aqui, peguei o ônibus das nove da manhã, com a intenção de ler o camalhaço de folhas que compunham o processo. No meio da viagem enjoei. Resolvi parar de ler e deixar para fazer isso no intervalo de duas horas em que eu teria entre a minha chegada e a reunião. Na chegada fui almoçar e pedi a sugestão do chefe do restaurante que era composta de uma salada primavera de entrada e um filé com legumes ao vapor como prato principal. Bem, enquanto comia a salada, que estava deliciosa, comecei a leitura dos documentos e fazer alguns apontamentos. Depois de duas garfadas na salada, notei que o garçom tinha retirado o meu prato, talvez pensando que como eu estava lendo eu não estava mais interessada na comida. Quinze minutos depois veio o prato principal que me apressei em comer antes que me roubassem o prato novamente. Pedi um café, terminei meus apontamentos, dez minutos para conseguir a conta, mais cinco para a nota fiscal e eis que vou em direção ao centro administrativo do estado. 

Chegando lá descobri que a reunião havia sido suspensa um dia antes e que a pessoa encarregada de me avisar  simplesmente esqueceu de passar o recado.

Bom, isso eram 15 horas e meu ônibus de volta seria as 19. Vocês não têm idéia do quanto eu estava braba. Juro que naquele momento eu entendi o instinto assassino que algumas pessoas têm. 

Como nada mais a fazer, além de dar uns 20 telefonemas xingando meio mundo, fui ao shopping e pedi um chá de camomila. Encontrei com uma amiga e ficamos mais ou menos uma hora conversando no café. Resolvemos dar uma volta para ela comprar um sapato. Nesse momento recebo a ligação de um amigo me convidando para tomar um café no centro.

Fiquei no centro mais ou menos até as 18 horas e me aventurei a pegar um táxi. Depois de 15 minutos no ponto, abaixo de garoa, eis que chega o taxista. Entro na carro e digo:

- Rodoviária por favor.                                                           

- A senhora tem troco, porque se não tiver não faço a corrida.

- Tenho sim senhor.

Três quadras depois:

- A senhora devia ter ido a pé para a rodoviária. Agora vou ter que suportar esse trânsito todo por uma corrida pequena.

- Senhor, eu poderia ter ido a pé, mas estou atrasada e está chovendo.

Duas quadras antes de chegar a rodoviária:

- A senhora por favor desça. Não lhe cobro a corrida, mas pra rodoviária não vou com esse trânsito.

Parou o taxi, abriu a porta e ficou esperando eu sair.

Desci do taxi e corri, de salto e abaixo de chuva,  a distância que faltava e consegui chegar na rodoviária 10 minutos antes do ônibus sair. Entro, sento na poltrona 06 que é corredor. Um minuto antes de sair entram dois brigadianos, um senta na poltrona exatamente ao meu lado do outro lado do corredor e o outro, como o ônibus estava lotado, resolve que vai viajar em pé, ao lado do colega, com o enorme traseiro virado para a minha cara.

Eu:

-  O senhor pretende viajar ai o tempo todo? É proibido viajar em pé nos ônibus

- Sim senhora, tenho direito a viajar de graça enquanto estou em serviço e como não tem lugar para eu sentar vou ficar aqui. Se a senhora não gostar desça do ônibus e deixe seu lugar para mim.

Como acho que matar brigadiano  agrava a pena, resolvi baixar meu banco e tentar me cobrir com meu casaco encharcado. Para meu alívio, duas horas e meia depois ele resolveu descer no posto da polícia rodoviária em Lajeado.Não preciso dizer que o ônibus atrasou uma hora por causa do congestionamento na saída de Porto Alegre.

Chego a Passo Fundo quase a meia noite, um frio do cão, as roupas ainda molhadas e mais dez minutos esperando táxi para voltar para casa. 

Definitivamente, quero que haja um mecanismo para avisar os dias em que devo ficar na cama.

 

5 comentários:

Daniel disse...

viu? quem mandou nao avisar que vinha! e logo no CAFF! :P

Mônica disse...

Bah,Dani! Tu sabes que quando cheguei lá lembrei que tu provavelmente estarias ali e pensei em te ligar quando saísse da reunião para ver se conseguia pelo menos te dar um oi. Mas, depois saí tão p... que acabei esquecendo. Provavelmente terei que ir novamente, aí prometo avisar. bjs querido

Daniel disse...

cobrarei!

Pri Tescaro disse...

Eu também trabalho no CAFF. No dia fatídico eu estava em férias, mas já voltei e quero também participar do café!

Mônica disse...

Combinadíssimo. Mas acho que vamos ter que trocar por chope. Vou ter que pagar 15 para o Márcio, depois de perder uma aposta pra ele ontem à noite.Ele te contou Pri?