Amor & Paixão

Tenho uma tese de que quando tu te apaixonas, tu idealizas a pessoa conforme tuas necessidades, ou seja, tu crias dentro de ti a imagem da pessoa perfeita.Aquela por quem tu sempre esperou. A que reune todas, ou boa parte, das características que tu sempre imaginaste para a tua alma gêmea. A nova paixão é sempre a pessoa mais linda, mais divertida, mais responsável, mais fiel, mais companheira, ou sei lá quais as características que tu desejas.
O problema é que quase sempre essas expectativas depositadas não correspondem à realidade. A pessoa não é sempre tão bem humorada, tão elegante, tão compreensiva e assim por diante.
Quanto tu começas a te dar conta que aquela pessoa que tu criaste na verdade não é a pessoa que está ali do teu lado, a paixão termina. E tu passas a perceber que esse ser idealizado tem muitos defeitos também.
E é bem nessa fase que tu percebes a diferença entre o amor e a paixão.
O amor acontece quando, apesar do teu se dar conta de que a pessoa não é igual ao teu objeto de desejo, tu continuas a gostar dela dessa forma mesmo. Assim mesmo, com todas as suas qualidades e com todos os seus defeitos. E tu passas a compreender que os defeitos também a fazem ser do jeito que ela é, e portanto, assim do jeito que tu gostas.
Isso para mim é o amor.
Se tu não conseguires mais gostar da pessoa, quando se der conta que ela é diferente do teu imaginário, ou não suportares os defeitos, ah aí meu filho, acabou. Não é nada. Foi só mais uma paixão.
Por exemplo, ontem eu explicava essa minha tese para uma pessoa. Que, como é de hábito, não concordou comigo. Aliás, ele tem o péssimo hábito de sempre discordar..rsss. Mas esse discordar dele, apesar de me irritar, sempre me faz repensar minhas convicções, portanto é fundamental.
No final da conversa eu disse: apesar dessa tua mania de sempre discordar de mim, eu te amo, sabia?
Ele ficou quieto e depois perguntou:
Esse amo aí é amor mesmo ou é amor casual?
Nem respondi, tá na cara que ele não entendeu nada da minha tese..rssss