sexta-feira, dezembro 22, 2006

Natal

Quando era criança Natal pra mim era sinônimo de felicidade.
Acho que em grande parte devido à paixão que meu avô tinha por essa festa.
Lembro muito bem de todo ritual que cercava as comemorações da família.
Pra começar, a árvore, um pinheiro sempre imenso e natural, era montado sómente na véspera.
Opulento, magestoso, ocupava boa parte da imensa sala de estar da casa dos meus avós.
Era sempre um árvore magnífica, com imensos enfeites e para arrematar bolinhas de algodão para dar a sensação de neve.
Nós, as netas, eramos três. Meu irmão e minha outra prima ainda não haviam nascido nessa época.
Era terminantemente proibido que nós, as crianças, vissemos a arvore antes do culto de natal.
Como quase toda família alemã tradicional, somos luteranos.
Enfim, se precisassemos passar pela "sala do pinheiro" como chamávamos, tinhamos que vendar os olhos.
O tempo simplesmente não passava no dia 24.
Nos divertíamos ajudando minha avó nos preparativos da ceia.
Sempre havia bolachas de natal para pintar, ajudar a preparar o peru, que era obrigatoriamente criado em casa e morto no dia anterior, em um ritual em que as mulheres da família se envolviam, menos eu, que odiava essa parte.
Depois da ceia, sempre magnífica, íamos à igreja e no retorno, enfim a hora da celebração do Natal. Evidentemente, naquela época, o que me interessava eram os presentes.
O ritual era sempre o mesmo, a família toda entrava na sala entoando "Noite Feliz", enquanto meu avô acendia as milhares luzes da árvore.
Lembro que meu coração disparava nesse momento.
Sempre havia embaixo da árvore as bonecas, que invariavelmente, ganhávamos. Eram sempre três bonecas iguaizinhas, pra não ter briga, como minha avó dizia. Elas eram colocadas sem a embalagem e funcionando, conforme o tipo da boneca.
Depois vinham a troca de presentes, os brindes...
Era realmente a Noite Feliz.
Lembro de acordar cedo sempre no dia seguinte, manhã de Natal, para brincar com tudo que tinha ganho.
Quando eu tinha dez anos meu avô faleceu.
Depois disso, os natais perderam a graça. Até se tentou manter a tradição na família, mas sem o brilho que meu avô, o "tetê" como eu o chamava, emprestava a festa, nunca mais foi a mesma coisa.
Depois de adulta, e principalmente depois que eu tive que virar o Papai Noel e praticamente ser a responsável pela organização da festa, ela perdeu o encanto.
O brilho parece que se apagou.
Agora sinto invarialvemente solidão nesse dia, apesar da família continuar se reunindo e cada vez mais aumentando, com a chegada de cunhados, família dos cunhados, sobrinho...
Natal virou sinônimo de correria, de muito trabalho, de calor.
Virou época de fazer balanço do ano que passou.
Balanço emocional.
Ainda tenho que fazer o desse ano.
Tô com medo.
Foi um ano de muitas perdas, emocionais e profissionais.
Espero que essas perdas estejam acontecendo para liberar espaço para coisas melhores em 2007. Tomara.
Por enquanto, vou ficar aqui lembrando dos Natais do Tetê. E torcendo pra que os próximos voltem a ter o mesmo brilho.

5 comentários:

Fabrícia Reginato disse...

Mô... sempre que queremos uma coisa melhor, primeiro temos que desorganizar a casa. É assim que funciona. Tiramos o velho, fazemos a bagunça e aí entra tudo o que há de novo e de melhor!

Pode ter certeza que 2007 só coisas boas virão! Eu vou estar sempre torcendo por isso!

Bjus mil!

Mônica disse...

Obrigada Bibi...sei que posso contar contigo.
Espero que em 2007 possamos ficar mais perto...beijos querida

Anônimo disse...

Mônica,
feliz Natal pra você também!

Amanhã verei a Priscila. Passarei o natal na casa dos pais dela.

Um beijo,
Paulo

Fabrícia Reginato disse...

MUITO FELIZ NATAL!!!!!!!!!!!!!!!

SONHOS REALIZADOS, ABRAÇOS APERTADOS E SORRISOS DOBRADOS!

BJUUUUUUUUU

Mônica disse...

Obrigada Paulo, um beijo enorme pra ti e pra Pri.

Bibi. bjuuuu