domingo, agosto 16, 2009

Diário de uma gripe II

Mais um dia nesse isolamento e parece que vou enlouquecer. Felizmente minha mãe acordou bem melhor hoje, mas eu continuo com dores de cabeça e nas articulações. A noite foi particularmente ruim, com febre intensa, muito calafrios e sintomas gastrointestinais. Durante o dia a febre parece que dá uma folga.

Mas o pior de tudo é ter que ficar aqui parada. Não que eu não goste de ficar em casa. Em estado normal sempre gosto dos momentos em que posso ficar aqui. Talvez porque os meus dias sejam sempre agitados, falando com gente demais, indo a reuniões e compromissos demais.

Mas, enfim, ficar em casa por vontade própria é uma coisa, ficar em casa obrigatoriamente isolada do mundo é outra bem diferente.

Não acho o que fazer, principalmente porque sei que na vida lá fora eu estaria em uma semana cheia. Volta as aulas, reorganização do calendário acadêmico depois desses adiamentos todos, bancas finais da pós-graduação, recepção dos calouros, visita do MEC para recadastramento institucional, aulas como convidada na Faculdade de Medicina. Tudo sendo adiado ou cancelado.

Fora essa dúvida sobre se é a malfadada Gripe ou não. Medo cada vez que a febre sobe, toda hora medindo a pressão arterial e observando sinais de dificuldade respiratória. Não adianta, por mais que se tente ser racional e lembrar os conhecimentos profissionais, sempre que a coisa é com a gente, acaba pintando uma paranóia.

O que piora tudo é que, a cada dia, meu humor vai ficando mais irritadiço. Principalmente porque não acho nada que me distraia. Não aguento mais ver televisão, meus olhos e minha cabeça doem se tento ler e esse notebook que se desliga a cada intervalo de tempo por algum problema que não tenho como resolver agora, está me deixando cada vez mais com sensação de isolamento.

Além de não poder sair para levar esse computador no conserto, não tenho nem como sair para comprar as coisas que estão começando a faltar em casa. Ontem tive que ligar para o mercado aqui perto, passar a lista de compras e ir ate lá de carro e pedir que alguém colocasse as coisas no porta-malas do meu carro, pois o médico pediu que eu evitasse contato com as pessoas.

Espero que esse período passe rápido, que nada se complique e que em alguns dias eu seja libertada dessa minha prisão domiciliar.

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