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terça-feira, outubro 06, 2009

Mudanças e verdades

Sempre tive uma relação complicada com mudanças. Mais cedo elas me desafiavam. Adorava. Faziam-me olhar para frente, assumir desafios. Hoje em dia me assustam. Acho que a maturidade, a sensação de que o tempo está indo muito rápido me faz pensar que desejo mais estabilidade. Mas, não adianta. Estou eternamente em período de mudanças, sejam elas quais forem, desde o corte do cabelo até rumo profissional, passando por sentimentos e relacionamentos.

Essas mudanças que a vida nos exige, que antes me moviam agora me travam. Fico sem saber fazer escolhas, fico com medo do que está por vir. Fico com medo de ter que mudar meus conceitos.

O que me reporta às verdades. Sempre tive a consciência de as verdades não são absolutas. O que é verdade para mim hoje, talvez não seja mais verdade amanhã. Todos os sentimentos que tenho hoje, provavelmente não os terei, pelo menos não na mesma intensidade, amanhã ou em alguns anos.

Essa mutação das "minhas verdades" também me assusta agora. Não sei se quero e se posso mudar meus sentimentos, não sei se quero mudar meu rumo profissional, não sei se quero mudar o rumo da minha vida.

Mas eu sei que não é minha escolha mudar. Minha escolha nesse momento é só tomar a decisão. Minha ingerência agora é somente optar qual será a minha escolha e qual será a minha renuncia, já que acredito (por enquanto, para ser coerente) que cada escolha corresponde a uma renuncia.

Torço para que eu tenha a capacidade de escolher a renuncia certa. Porque se fizer isso, posso acreditar que fiz a escolha certa.


terça-feira, setembro 22, 2009

Do lado esquerdo do peito

Nesta noite, entre o seu dorme e acorda habitual, ela de novo pensou que estava deitada com a sua cabeça sobre o lado esquerdo do peito dele. Acho que ele não lembra dessa história, apesar de dizer que tudo o que ela lembra ele lembra.
Logo que se conheceram eles tinham longas conversas ao telefone quase todas as noites. Eles contavam coisas de suas vidas, do seu dia, seus problemas, suas aventuras e foi assim que realmente um conheceu ao outro. Em uma dessas noites, ele disse que estava deitado no chão do seu quarto, pois suas costas doíam, e ela perguntou se podia deitar ao lado dele, pela menos na sua imaginação. Ele disse que era para ela deitar com a cabeça no lado esquerdo do seu peito. E ela então, de olhos fechados, tão longe fisicamente que estava dele, se imaginou deitada ali. E sentiu uma emoção tão forte, como se aquilo fosse real. Acho que foi naquele momento em que ela se apaixonou por ele.
Hoje em dia, passados tantos e tantos anos, muitas vezes ela ainda deita com a cabeça bem naquele lugarzinho do seu peito enorme, para ouvir suas conversas, para pensar nos problemas e para pegar no sono.
E quando ele a abraça de verdade, ela sempre nota que a cabeça dela encaixa direitinho naquele espaço.
Ela pensa que, mesmo que a vida os separe definitivamente, ela ainda toda noite vai deitar sua cabeça ali, para sentir que finalmente está onde deveria estar. E ela lembra o poema do Vinicius que diz:
Poder dormir
Poder morar
Poder sair
Poder chegar
Poder viver
Bem devagar
E depois de partir poder voltar
E dizer: este aqui é o meu lugar
E poder assistir ao entardecer
E saber que vai ver o sol raiar
E ter amor e dar amor
E receber amor até não poder mais
E sem querer nenhum poder
Poder viver feliz pra se morrer em paz

domingo, setembro 20, 2009

Rubens


Amanhã é aniversário do meu pai. Homem forte, alegre, que sempre soube aproveitar as coisas boas que a vida lhe deu e mais do que isso, compartilhou sempre essas coisas com a família. Sempre fomos muito unidos. Primeiro na vida tranquila que tínhamos, nas inúmeras viagens em todos os finais de semana que lembro da minha infância e todas as outras coisas que tornaram a minha infância imensamente feliz. Depois, nas dificuldades que a vida vai nos apresentando e que foram e vão sendo vencidas diariamente, sempre graças a essa união que é, com certeza, capitaneada pelo Seu Rubens.

Meu pai sempre foi um homem que levou muito a sério a família. Um amor imenso por seus pais. Uma ligação muito forte com meu avó e principalmente com minha avó. Um amor incondicional por minha mãe e por seus três filhos e que muitas vezes foi traduzido pela educação que recebemos.

Ele sempre nos incentivou a estudar. Ganhamos muitos livros, mesmo antes de sabermos ler. Estudamos nas melhores escolas, fizemos todos os cursos que queríamos. Lembro de todas as fases da minha formação com meu pai sempre presente.

Infelizmente há anos atrás a vida lhe pregou grandes peças, fazendo com ele tivesse imensas perdas financeiras, familiares e a pior de todas: a sua saúde. Um infarto, uma cirurgia cardíaca e a diabetes o fizeram diminuir drasticamente a sua acuidade visual, resultando em apenas sombras que ele consegue perceber hoje.

Mas isso não o impede de ainda exercer uma grande e linda influência na nossa vida. É o ídolo do seu neto e aguarda ansiosamente a chegada do segundo para daqui a alguns dias.

Feliz aniversário meu exemplo de vida, de caráter e de amor.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Vida que segue


Não tenho escrito muito por aqui. Aliás, não tenho escrito muito em lugar algum, fora algumas frases non sense no twitter.

A vida tem sido corrida, mas a sensação é a de que estou correndo para lugar nenhum. O que me lembra sexta-feira passada, à noite, em que me perdi em Porto Alegre. Fui dar carona para uma colega de trabalho que mora lá para os lados da Dom Pedro. Na volta, ao invés de dobrar a direita em uma determinada esquina, dobrei para a esquerda e quando me dei conta já estava chegando na Restinga. Tentei voltar, não achava retorno e entrei em uma rua para tentar o retorno. Aí sim, me perdi geral. Pegava qualquer rua na tentativa de sair dali. Morrendo de medo, cada vez ficava mais perdida e não sabia para onde estava indo. Comentei com a pessoa que me acompanhava que estava lembrando o ditado que diz que pra quem não sabe onde vai qualquer caminho serve. Já passava da meia noite quando consegui chegar de volta à Dom Pedro e pedir ajuda em um posto de gasolina e finalmente chegar no hotel em que eu estava na Miguel Tostes.

Minha vida nos últimos dias tem sido assim. Muito movimento, algumas perdas, algumas tristezas.

Por outro lado, algumas coisas muito boas estão acontecendo:

* Finalmente troquei de carro, depois de muito pensar com medo de encarar um financiamento. Mas consegui um negócio excelente. Não é o carro dos meus sonhos, mas pelo menos tenho um carro zerinho.

* Ganhei um prêmio do meu título de capitalização. Ufa! Grande hora para ganhar dinheirinho extra.

* Meu sobrinho, o Henrique, está quase chegando. Cesariana marcada para o dia 02 de outubro.

* Parece que depois de um início de semestre tumultuado, as coisas parecem estar entrando nos eixos de novo na Universidade.

* Novas janelas se abrindo.

* Coração cada dia mais cheio de sentimentos bons.

* Viagem para Fortaleza praticamente acertada. Uma semana de muito sol, água de coco e boa companhia.

Só falta a noticia de que haverá quinze dias diretos de sol em Passo Fundo city.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Sol e luz




Há alguns anos atrás, em uma das muitas fases complicadas da vida, tive uma depressão séria. Naquele período eu não gostava do sol, não gostava da luz. A escuridão e dias de chuva me faziam sentir mais segura. Não sei explicar, coisas do quadro que se apresentava.
Muitos anos depois, muitas sessões de terapia depois, sou uma pessoa completamente diferente. Mais forte, mais segura e com maior capacidade de escolher as coisas que quero, que posso e que me fazem feliz.
Mas o que mais mudou foi minha necessidade de sol. Agora eu preciso do sol, preciso da luz.
Estou sempre com as janelas e cortinas abertas. Estou sempre querendo me voltar para o calor do sol, como um girassol.
Esses dias todos de chuva e frio me trouxeram de volta lembranças ruins. Acho que, dentre todos os gaúchos que ansiam pelo final desse inverno, devo ser a pessoa que mais ficou feliz com o sol que apareceu na minha janela hoje.
Parece que voltei a vida. Parece que voltei a respirar.
Não quero mais escuridão, solidão, frio. Quero vida, quero calor e quero luz.

quinta-feira, julho 16, 2009

Motivação


O que te faz levantar da cama de manhã?
Essa foi a questão de pesquisa de um aluno que orientei alguns anos atrás. Na verdade, ele queria saber qual a motivação dos enfermeiros para irem trabalhar todos os dias, já que trabalham diariamente convivendo com a dor, a morte, o sofrimento e a doença alheia. As respostas foram muito variadas, indo da falta da motivação até os motivos vindos pela realização profissional, pelo salário, pela possibilidade de ajudar alguém.
Naquela época me fiz a mesma pergunta e achei como resposta o amor que sentia pelo trabalho que fazia, a realização profissional, a boa remuneração, o reconhecimento que consegui em todos esses anos de vida profissional, as amizades que conquistei no mundo do trabalho.
Mas, hoje me fiz a mesma pergunta e não gostei muito da falta de respostas que encontrei. Comecei a me dar conta que não tenho mais vontade de sair da cama pela manhã. Já saio contando as horas que faltam para voltar. Esses dias falando com um amigo pelo msn disse que naquele momento faltavam sete horas para eu voltar para casa. Ele perguntou onde eu estava e eu respondi que estava em casa, mas que estava saindo para o trabalho já pensando no retorno.
Preciso voltar a achar motivos para mudar essa situação. Preciso voltar a me apaixonar pelo que faço. Talvez precise voltar um passo atrás na minha carreira, já que desde que assumi um alto cargo me afastei das coisas que gostava de fazer. Ou preciso fazer com que essa fase seja menos sofrida para mim. Preciso me adaptar ao processo de tomada de decisão. Preciso não sofrer ao tomar decisões que influenciam tanto na vida alheia. Preciso não levar tudo tão a sério.
Na verdade, preciso da sensação boa da vontade de sair correndo da cama para buscar um sonho.
E tu, o que te faz sair da cama pela manhã?

quinta-feira, julho 02, 2009

Vida madura

Eu tenho 42 anos. Engraçado é que por muito tempo não tive a dimensão dessa idade. Sempre senti como se eu tivesse menos. Acho que isso é um processo natural, o de se perceber com a alma mais jovem que o corpo.
Mas por algum motivo, nos últimos tempos estou me sentindo com a idade que realmente tenho. Talvez as pressões do cargo que ocupo. Talvez as brigas de cachorro grande que tenho enfrentado. Talvez as relações mais tranquilas e sem instabilidades que estou tendo.
É bom sentir-se madura, segura. Não acho que minha alma tenha envelhecido. Acho que ela está com a idade que deveria ter.

terça-feira, junho 23, 2009

Encaixe


Depois de muita ventania, chuva e trovoadas, de repente sinto que tudo está de novo no seu lugar!

sexta-feira, junho 19, 2009

Friday Night



Depois de muito tempo, ela está com vontade de encher a casa de flores, tomar um longo e perfumado banho, vestir roupas novas e por um vinho para resfriar.
Depois de muito tempo, ela pensa em ter coragem de baixar sua guarda, diminuir as resistências e convidá-lo para jantar.
Ela quer cozinhar o prato preferido dele, diminuir as luzes e acender as velas e a lareira. Tem vontade de desencaixotar seus CD's de jazz e estreiar seus lençóis novos.
Tem vontade de esquecer promessas passadas e não pensar no futuro.
Tem vontade, mas lhe falta coragem.

domingo, junho 14, 2009

Manhã de domingo

Ela acordou hoje com a mesma angustia característica de todas as suas manhãs. O único alento é que é domingo e ela não tem que sair correndo resolver aquele monte de problemas corriqueiros.

Sair da cama é sempre um suplício, mas hoje o sol lá fora que adentra o quarto ao abrir as cortinas dá uma espécie de esperança.

Ela sabe que precisa começar a separar as coisas. Precisa parar de se preocupar com problemas que ela não pode resolver. O sofrimento a está deixando uma pessoa dura. Está afastando ela de tudo que gosta, do todos de quem gosta. Ninguém gosta de conviver com alguém eternamente ansiosa, reclamona e entristecida. Ela sabe, só não sabe como fazer para mudar isso.

Os raios de sol que entram pela sua janela agora a fazem querer sair para a vida. Tem necessidade urgente de viver novamente. Busca caminhos diferentes. Espera surpresas positivas que a façam ter esperanças.

Quer retomar sua capacidade de sonhar com o futuro. Quer ter a certeza de que terá um futuro.

E assim ela faz um enorme esforço para tornar essa ensolarada manhã de domingo um marco para mudanças no seu atual inerte estado.


terça-feira, junho 09, 2009

Sem rumo

Tenho passado tempos difíceis, pessoal e profissionalmente. São tantos os problemas que estou quase imobilizada.
O engraçado nisso tudo é que, antigamente, ter esses problemas era fator para que eu ficasse mais criativa, mais pró-ativa. Sempre fui movida a desafios.
Mas agora, por algum motivo, ter problemas me deixa assim meio "tico-taco-sem-buraco". Não consigo saber para onde tenho que ir, como tenho que fazer.
Estou me sentindo como se estivesse dirigindo sem rumo por uma estrada de chão, cheia de obstáculos, de buracos, de barricadas. Estou sentindo medo, insegurança.
Tudo isso tem me afastado dos meus amigos, dos relacionamentos e da minha família.
Estou fechada como um concha. Não consigo sair da toca.
Sei que preciso reagir e tentar voltar ao que era antes. Mas me faltam forças.
Desculpem aos poucos leitores desse blog. Sei que vocês nada têm a ver com isso. Mas, como sempre disse, esse espaço foi criado para meus desabafos. E funciona.

sábado, maio 30, 2009

Conclusão

Definitivamente, a gente não deveria ter imaginação.

sexta-feira, maio 29, 2009

Silêncio

Meu coração tem tanta coisa a dizer que me aqueço só em pensar, mas minha boca deve continuar muda. Tem coisas que só sentir basta.

Desejo

Nessa época de estresse fora de controle tenho desejado muito momentos de paz. 

Hoje eu queria poder estar embarcando para algum lugar qualquer. Longe daqui, sem telefones, sem comunicação e principalmente sem memória. Queria não ter super-ego e fazer o que me desse vontade. Sem preocupação com consequências, com dinheiro, com o retorno. 

Seria mais ou menos como se eu tirasse uma semana de férias da minha vida. Ia viver, nesse período, outra vida. Uma vida descompromissada, irresponsável e sem nenhum tipo de sentimentos ruins.

Desejo meio impossível, não é? A não ser que eu entre em coma.

quarta-feira, maio 27, 2009

Amigo

Tenho muitos amigos, em graus variados de intimidade e de convivência. Tenho amigos de trabalho, tenho amigos sociais, tenho amigos de verdade.

E eu tenho um amigo especial. Especial no sentido de que é uma pessoa tão presente na minha vida, que às vezes ultrapassamos até as medidas de uma boa convivência.

Ele entrou na minha vida em 2001, momento complicado para a vida de ambos. Ele tentando se firmar profissionalmente e eu tentando me firmar emocionalmente. Ele conseguiu, eu já avancei, mas acho que ambos tivemos uma grande parcela de responsabilidade na conquista alheia.

Nossa amizade já passou por várias fases. Com maior ou menor intimidade. Já ultrapassamos limites e já colocamos limites. Ele já me mandou ficar fora da vida dele e eu fui. Fui e eu voltei.

E assim nós seguimos, com meses de silêncio, com períodos de proximidade.

Costumo dizer que temos famílias praticamente gêmeas, tal o grau de semelhança entre problemas.

Damos conselhos pessoais e profissionais mútuos, compramos as mesmas brigas, compartilhamos sonhos parecidos e temos muitas diferenças de gostos. Principalmente com relação a relacionamentos e futebol.

Brigamos com frequência. Nos aproximamos com frequência. Somos cúmplices em grande parte de nossas semelhanças.

Sabemos boa parte dos segredos um do outro. Talvez até eu conheça mais os dele do que eu permita que ele conheça os meus.

Nos falamos constantemente. Tem dias que tenho a sensação que ele está sentado ao meu lado de tanto que parecemos próximos. Ás vezes tenho a sensação de que um muro apareceu do dia para a noite entre nós tamanha a distância que se estabelece. Mas nesses oito anos viramos especialistas em derrubar paredes.

Às vezes ele é a última pessoa que falo antes de dormir, e a primeira que falo quando acordo, embora muitos e muitos quilômetros nos separem fisicamente.

E hoje ele está ficando mais velho. O que me dá medo, porque tenho certeza de que quanto mais velho ele fica, mais ranzinza ele fica. Mas eu sempre vou aturar.

Porque eu te amo meu amigo. Eu admiro a tua competência, as tuas ideologias, as tuas crenças, as tuas paixões, a tua hombridade, o teu jeito "família" de ser e até o teu mau gosto em futebol, porque é preciso muita coragem para ser colorado. Eu te  gosto do  jeito que é. Do jeito que  é a nossa relação é. E sempre será, eu tenho certeza.

Feliz aniversário, meu amigo mais do que querido. Seja feliz, tenha sucesso, realize teus sonhos e desejos e conta comigo sempre. Pra toda vida.


segunda-feira, maio 25, 2009

Tão difícil

É tão dificil saber se a gente segue a razão ou o coração.
Difícil separar o joio do trigo, o certo do errado.
Tão difícil saber se alguém te faz bem ou mal.
Difícil  fazer escolhas.
Difícil ser maduro e arcar com a consequência das decisões.
Difícil seguir em frente sem olhar para trás.
Complicado perdoar, complicado não perdoar.
Díficil saber se o melhor caminho está à esquerda ou à direita, ou se é melhor andar em linha reta.
Tão difícil crescer, difícil demais ser responsável.
Díficil viver.

quinta-feira, maio 21, 2009

Leoa ou gazela?


O De Masi, autor que citei no post abaixo, tem um texto que diz o seguinte:

"Toda manhã, na África, uma gazela desperta. Sabe que deverá correr mais depressa que o leão ou será morta. Toda manhã, na África, um leão desperta. Sabe que deverá correr mais que a gazela ou morrerá de fome. Quando o sol surge, não importa se você é um leão ou uma gazela; é melhor que você comece a correr".*

Bem assim eu ando me sentindo.

Ando tão cansada com essa correria toda que meu emocional está completamente abalado. Ontem caí no choro quando meu personagem no jogo morreu em uma batalha. Agora ao meio dia encontrei um gatinho atropelado e vim dirigindo chorando convulsivamente até em casa.

Vou dar aula agora à tarde sobre cinemática do trauma e para isso uso vídeos de acidentes graves de trânsito. Imaginam o que vai acontecer?

Alguém tem um Valuim aí?

* DE MASI, Domênico. O futuro do trabalho: fadiga e ócio na sociedade pós-industrial. Brasília, 2000. UNB/José Olympio ed. p.31)

domingo, maio 17, 2009

Fantasias, decisões e sentimentos


Ontem tomei uma decisão que deveria ter tomado há muito tempo. Não foi uma coisa intempestiva, nem teve um fator motivador único. A decisão foi tomada em reflexões, derivada talvez da maturidade, da capacidade melhorada de tolerar frustrações e, talvez, de um estado emocional mais equilibrado. Mas nem por isso foi uma decisão fácil e menos dolorosa. Retirei a máscara, expus minha cara e meus sentimentos.

Foi uma decisão baseda na crença de que fantasias que ficam somente nas fantasias, mesmo que em algumas vezes compartilhadas, se esvaziam. Podem nos gerar prazeres momentâneos, mas não se sustentam e quando acabam deixam sentimentos ruins. Ainda mais se você não encontra respostas para todos os questionamentos que geram no final de alguns atos.

Você quer saber por que a coisa fica só no desejo de realização, mas não na concretização. Você sabe que oportunidades para a realização são muitas. Mas, não. Fica ali, só no subliminar. Enfim, você fica achando que a fantasia não é com você, não é para você. Ela só acontece ali porque quem está no momento do acontecimento, casualmente é você. Você sente que está por trás da mascára, mas que se você retirá-la vão te dizer que foi um engano.

Uma vez eu li que dói muito mais a perda de uma ilusão do que a perda de algo que é real. E acho que por isso estou me sentindo assim, meio que de luto hoje. Luto pela perda da minha ilusão. Luto por ter que enfrentar definitivamente uma realidade. Luto por estar me sentindo incompetente, impotente e indesejada.

Enfim, acho que ninguém entenderá nada do que escrevi aqui. Pelo menos não grande parte das pessoas que lêem esse espaço. Mas eu finalmente estou entendendo e estou muito certa do que estou fazendo.

segunda-feira, maio 11, 2009

Vida preenchida

Sabe quando tu tens alguma coisa na vida que preenche teus dias? Geralmente é um amor novo, um filho, uma conquista. Esses são preenchimentos positivos.

Minha vida anda preenchida nos últimos tempos. Mas não por coisas tão motivadoras.  O que me preenche é o trabalho. 

Não, não estou reclamando de ter um trabalho. Estou apenas dizer que esse tal trabalho que enobrece o homem, que paga as contas no final do mês e que, na maioria das vezes, é a salvação da nossa saúde mental, pois não nos permite pensar besteiras, bem esse trabalho tem me enlouquecido. Acordo e durmo pensando nas coisas da universidade. 

Aliás, acordo pensando já em quantas horas faltam para eu voltar a dormir, tamanha a minha exaustão. Toda noite antes de dormir coloco meu despertador para as 05:30  da manhã, pois às 6:50 já tenho que estar em plena atividade. Meu despertador é daquelas que, na hora da programação, diz quanto tempo falta para despertar. Ando dando pulos de alegria quando ele me diz que faltam mais de quatro horas para que ele toque.

 O problema disso tudo não é só eu tentar aproveitar qualquer minuto livre da minha vida para dar uma dormidinha, nem que seja de dez minutos. O real problema é que sinto que minha vida está sendo adiada. Está sendo adiada para um momento em que talvez, Oxalá isso aconteça logo, esse trabalho não me tome todos os momentos conscientes. 

Fico pensando que já, há um tempo não muito distante, tive tempo de me apaixonar, de ter amigos, de sair para jantar, de viajar, de curtir minha família. Tenho saudade até, pasmem, do tempo em que tinha tempo para sofrer por amor. Agora nem penso nisso.  Bem vá lá...quem sabe essa seja uma das compensações. Não ter tempo para sofrimentos. Mas por outro lado, nem para prazeres.

Enfim, ando sobrevivendo e esperando ter tempo para voltar à vida. Voltar à vida quem sabe mais otimista, menos cansada e mais disponível aos prazeres que ela possa oferecer.

quinta-feira, abril 16, 2009

Em casa

Ando assim meio a esmo pela vida. Com tantas coisas a projetar e a fazer. Vontade de dizer, mas preguiça de escrever. Apago incêndios diários, acho soluções, crio problemas (ou seria o contrário?). Não escrevo mais quase nada e leio muito pouco o que outros escrevem. Muitas coisas para serem processadas. Tantas coisas a serem pensadas e desejadas. Tantas coisas conquistadas e outras tantas a serem abandonadas. Fui e voltei para onde quero estar várias vezes em pouco espaço de tempo. Encontrei, reencontrei, desejei. Fiquei feliz na chegada e na saída. Fiz acertos e perdi o compasso. Acordo cedo, sonho acordada, durmo realizada. Pensando no que já foi, no que deixou de ser, no que é e no que poderá ser. Finalmente sei o que sou, o que quero, quem eu quero e onde estou. Precisei que alguém muito importante me dissesse que amadureci, que estou segura e em paz para entender. Estou e vou ficar. Vou ficar aqui e ali. Vou ficar onde estou bem. Andando em círculos (como esse texto) e em linha reta (como a vida tem me mostrado). Vou e volto. Fico e me abrigo. Entenderam?


"Poder dormir, poder morar, poder sair, poder chegar, poder viver bem devagar e depois partir, poder voltar e dizer esse aqui é meu lugar" (Toquinho)